segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alvorada


 (Pintura de Candido Portinari)

Orquestra da madrugada

Sinfonia turva, rangido estridente
Serenata desafinada.

Bobinas abobalhadas,
Balança embalada,
Batidas em harmonia
Filarmônica desarmonizada.

Madrugada violada,
Café e caneta barata,
Sono pendurado nas pálpebras
Resulta em poesia borrada.

Só mesmo o som desse acorde
Pra mi manter a cordado,
Só mesmo as piadas do velho Manuel
Pra manter limpo os meus sonhos
Manter limpo o meu papel.

Oh! Orquestra desafinada,
Vou pegar meu rumo;
Eu, o poeta das ruas desertas.
O boêmio da madrugada.

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